segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Salvemos o Ensino Médio desta reforma liberal

     Aos amigos e amigas, sendo educadores ou não, sendo estudantes ou não, faço a seguinte pergunta: É possível reformar algo que ainda não foi construído? Posso eu ‘arrematar’ algo que ainda não esta consolidada? 
   Ao fazer tais perguntas, fundamento estes - e outros aqui não apontados – questionamentos a cerca da missão educacional de “nostra” pátria “mother” gentil. Perdoe-me o trocadilho, mas o que o governo federal quer fazer com nossa educação me da a impressão de que estamos vivendo num estado americano ou num país europeu.


     O brasileiro, em sua esmagadora maioria, não tem a cultura da busca da informação e do conhecimento, vivemos atualmente a cultura “copia e cola”. Quem é professor sabe bem disso... O advento das novas tecnologias da comunicação e informação facilitou a comunicabilidade entre pessoas e grupos, mas por outro lado prejudicaram o apoderamento da construção de conhecimento... Temos muita informação e pouco conteúdo.
     O contexto político contemporâneo – o carnaval eleitoral, o afastamento do governo petista, a reforma da previdência e os novos números da economia – faz com que, assuntos como o futuro de nossa educação, seja secundário para grande maioria da população que vive o senso comum; pessoas estas também vítimas de um sistema escravocrata que os “adestrou” para terem consciência de que só se precisa pouco saber ler, escrever e operações matemáticas básicas fazer, traduzindo: Você só precisa de um diploma de ensino médio. 

Se sou apenas peça de uma engrenagem, posso facilmente ser substituído, afinal o que não falta no mercado são peças para reposição.

Quando Temer elenca algumas disciplinas e desqualifica outras ele mostra qual o tipo de cidadão o governo quer formar, uma população domesticada que teria medo de ousar e discordar da decisão soberana da união. 

     O povo não precisa libertar seu pensamento, filhos de operários devem ser operários, estamos vivendo o neofeudalismo* numa cultura neoliberal. É claro que isso tem que acontecer, afinal de contas qual o perfil do professor em sua grande maioria? Boa parte são como eu, filhos de pais com pouca ou nenhuma escolaridade que com muito custo vence as barreiras sociais para conseguir ser o primeiro de quatro ou cinco gerações a ter um diploma de nível superior.

     Professores como eu que, ao saber que pelas entrelinhas da história, criou-se uma estória fictícia digna de ser aplaudida pelos críticos de bollywood, vêem e revivem toda humilhação e privação que seus pais e avós viveram, simplesmente por uma posição positivista de tais governos que ocuparam o poder ao longo da história, ficamos indignados, porém esperançosos pois sabemos que a única resistência que temos contra a força, é a consciência construída pelas novas gerações. Talvez seja uma utopia, talvez não.

O fato é bem simples, vivemos um discurso desconexo com a realidade, perdoe-me os mais pedagogicamente corretos, mas precisamos muito do tecnicismo, porém precisamos também desenvolver o senso crítico, a ética, a moral e o cognitivismo.

Sou músico e escritor por opção e pedagogo por profissão... Burocratas engravatados e professores marionetes de cargos comissionados, não podem decidir o futuro educacional de uma geração.  Passe esse manifesto adiante, compartilhe, dê sua opinião, questione, critique, mas não deixe nossa liberdade de expressão morrer por desuso.

Trabalhamos com amor e não apenas por amor. Paz e luz e sempre!

* neofeudalismo – expressão esta criada, talvez num contexto aforista pelo autor, fazendo uma referência à nova forma de se manter a ordem social sem o uso da violência.
  

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Estupro Coletivo no Rio de Janeiro... E eu com isso?

  
Olá amigos e amigas internautas, é com muito prazer que venho "tirar as teias" deste ambiente que, na maioria dos meses, fica jogado as moscas. Bem, o que trás aqui é um trágico assunto - e não me refiro ao estupro coletivo da menor aqui no Rio, aliás, sobre isso também, mas maior que isso é a - imagem da mulher refletida no imaginário e consenso de Senso Comum. 

Iniciei esta postagem com essa provocação para chamar atenção de todos, de homens também  e principalmente das mulheres. Vivemos numa cultura machista e dogmática, onde homens incrédulos ou católicos de IBGE, enxergam na mulher apenas um adorno na relação sexual e onde homens de "muita fé" , justificam a submissão da mulher através da crença do Pai maior.   

Não interessa se um homem te enxerga apenas como depósito de esperma ou se outro justifica na crença uma forma de dominar a parceira, o que estamos levando em conta aqui é como o ser humano considerado "frágil" é entendido. 

Anda rolando nos grupos e nas redes sociais, suposto vídeos com a moça em situações um tanto nada "éticos e morais"... Porém internautas, não devemos julgá-la; sabe por quê? Ela é uma vítima também. É vítima por ser usuária de drogas e é vítima por ser ensinada por todo um contexto de coersão social que para ser aceito é preciso ser igual, ou seja, que uma mulher para ser mulher ela deve ser mais nádegas do que cérebro. 

É por essas e outras que volto a parafrasear o Mestre Jesus: -"Atire a primeira pedra quem não tem pecados." Se Ele não atirou, quem sou eu para atirar? Sei que muitos podem estar lendo e questionando minhas palavras, mas se tem culpado nesta história, saibam internautas que somos todos nós... E quando digo que somos todos nós é por conta de assistimos uma injustiça e nos omitimos de fazer o que nossa consciência nos diz que é a verdade. Meu pai, um homem de pouco estudo, velho teimoso e rabugento, me ensinou desde menino: "O certo é o certo mesmo que ninguém esteja fazendo, e o errado é errado, mesmo que todos estejam fazendo." Obrigado papai por isso.
 
Me corta o coração vê comentários sem sentido... Se a moça é realmente tudo isso que falaram, não interessa, o fato é de ela não é ela nesta luta. Ela representa a figura de milhões de mulheres mundo afora que são violentadas a todo momento, pelo simples fato de ser mulher e ter menos força física que o homem.
 Tenho mãe, esposa, irmã, sobrinhas, cunhadas, colegas e amigas, se ignoramos o acontecido com essa moça, nós colocaremos um julgo muito pesado à todas as mulheres do mundo. Não considero essa moça uma mártir, como a foi/é Maria da Penha; mas respeito essa jovem que sabe Deus o que viveu na vida para estar ali naquelas condições.

É preciso rever nossos conceitos, é preciso reorganizar nossa cultura, é preciso ter mais amor com o próximo. Os atuais ídolos dessa juventude, em sua maioria, são jovens sem consciência política e social, que pregam a ostenção e o individualismo. A mulher nos meios audiovisuais, em 90% dos casos, é um objeto sexual que, mostrando o corpo ajudará a vender mais um produto.

Vou ser bem sincero com vocês amigos internautas, eu, você e todo o mundo, tem muito a ver com esse estupro coletivo, devemos mudar a cara de nosso país. Se todos nós seguirmos o que diz em nossa Constituição Federal não precisaremos mais de direita ou de esquerda, nem de grupos femistas, feministas, machistas, LGBTs ou qualquer outro gênero, pois seu Artigo 5º diz assim: 

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. 

 Amigos, não temos porque brigar temos que "lutar" pelos direitos que se ligam ao direito de igualdade.É triste ver a figura dessa moça exposta dessa maneira. Talvez, se ela fosse maior de idade, este caso não teria tomado a mesma proporção, talvez e talvez... Espero, de coração, que um dia isso mude, e que nós possamos viver intensa e abundantemente num país igualitário e com valores morais de respeito ao ser, e não à classe social ou ao gênero.

Paz e Luz sempre!!!!